Somente 20% dos 10 maiores escritórios de Advocacia no Brasil contam com sócias mulheres, segundo Daniela Gusmão, presidente da Comissão OAB mulher. Apenas 17% dos ministérios de todo o mundo são chefiados por mulheres e apenas 18 mulheres são chefes de Estado, aponta relatório da ONU.
Esses números tornam-se mais preocupantes quando colocados em paralelo com a realidade de que, como grupo, contabilizado o trabalho pago e o não pago, as mulheres trabalham tanto ou mais do que os homens.
Um estudo feito pelo Banco Mundial em 173 países demonstra que em 155 deles há diferenças legais que restringem as oportunidades econômicas às mulheres.
Esses números, que se refletem nas grandes corporações e cargos de chefia, são um constante lembrete de que, embora a igualdade de gênero seja tema recorrente, ainda vivemos num mundo marcado por profundas desigualdades sociais e assimetrias de poder.
No Brasil as desigualdades de gênero não são menos discrepantes. Embora tenhamos avançado muito nas conquistas, é imprescindível lembrar que apenas em meados do século passado as mulheres conseguiram o mais básico direito ao voto. O Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017 demonstrou que o nosso país caiu onze posições em ranking de igualdade de gêneros.
Tivemos conquistas importantes, é claro. Leis como a 12.605/12 que determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas são conquistas que nos lembram, num país onde morre uma mulher a cada 2 horas vítima de violência doméstica e 135 estupros acontecem todos os dias, que a linguagem carrega os preconceitos sociais.
A lei Maria da Penha 11.340/06 foi um marco no direito das mulheres brasileiras pela efetiva proteção contra a violência por ela resguardada. A lei do feminicídio 13.104, sancionada em 2015 colocou o homicídio de mulheres no rol de crimes hediondos e diminuiu a tolerância nesses casos.
Contudo, as desigualdades permanecem. Justamente por isso é necessário pensar direitos específicos e construir esses espaços, não esperando que eles se realizem, mas criar condições possíveis para que cada dia oito de março não seja mais um lembrete das opressões sofridas pelas mulheres em nossa sociedade.
Por isso, entre nossos valores está a participação ativa de mulheres e a promoção de ações e políticas que valorizam e colaboram na construção do papel ativo das mulheres no nosso ambiente de trabalho e na sociedade porque, como escritório e indivíduos, acreditamos que essa é uma causa de todos e só assim um futuro melhor será possível.
Fontes:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-11/desigualdade-global-entre-homens-e-mulheres-aumenta-apos-10-anos-de
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160308_gch_dia_internacional_das_mulheres_direitos_lgb
https://www.conjur.com.br/2016-mar-08/nem-20-advogadas-chegam-socias-grandes-escritorios
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-04-02-Governar-no-feminino.-So-18-paises-sao-liderados-por-mulheres.-Sabe-quais-#gs.0=0f18I